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Reflexão sobre Rosa de Hiroshima, de Vinícius de Moraes

Análise – Rosa de Hiroshima – Vinícius de Moraes

Hoje gostaria de falar mais um pouco sobre a poesia e sua musicalidade. E nada melhor para isso que fazer uma análise de um poema que se tornou uma famosa música: Rosa de Hiroshima (ou Hiroxima), de Vinícius de Moraes.

Vinícius de Moraes ficou famoso por seus sonetos que são quase como louvações ao amor. Feitos com bastante rigor metodológico, abriram um grande espaço para a poesia na sociedade, pois tratavam de temas populares e eram de fácil entendimento.

Mas Vinícius também possui diversos poemas de assuntos não tão agradáveis, porém sem ser menos bonitos e louváveis, como é o caso de "Rosa de Hiroshima", que trata do ataque nuclear americano à cidade de Hiroshima no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial.

Vamos à letra e à musica:

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada



Na primeira parte do poema, os versos são formados por cinco sílabas, tendo começos e fins definidos por consoantes que os separam. Além disso, a primeira sílaba é sempre tônica para marcar o começo de um novo verso. Perceba:

Pen sem nas cri an/ ças
Mu das te le pá/ ticas

Isso dá um ritmo mais cadenciado à leitura dos versos, como que criando fotos e dando tempo para que o leitor realmente “se lembre” das imagens que o poeta quer passar e reflita. Cada par de versos, uma foto.

Então chegamos aos versos que ficam ao meio do poema: “Mas, oh, não se esqueçam / Da rosa da rosa”. Até aí, as imagens eram sobre as consequências da bomba atômica e sua radioatividade. Agora, ele pede que nos lembremos da bomba, em si, simbolizada pela rosa em alusão à flor de dejetos e fumaça que a bomba criou. E, a partir daí, o poema muda.

Os versos passam a ter seis sílabas e todos fazem parte de uma única imagem – a da bomba – portanto, devem ser interligados. Como fazer isso? Produzindo uma sinérese entre vocábulos e versos (ligando duas vogais, a do fim da última palavra de um verso com a do início do próximo verso, num fonema só). Por isso desde o início da nova foto (“Da rosa de Hiroshima”), todos os versos são terminados em vogal e iniciados com outra.

Veja:

Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida

O poema termina com uma última parte, com dois versos, novamente em redondilha menor (cinco sílabas) e iniciados em consoantes: “Sem cor sem perfume / Sem rosa, sem nada.”, que mostram novamente, as consequências da bomba, deixando o local desabitado, sem vida.




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